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A tragédia de Santo André

A maior notícia desse mês, e talvez do ano, seja o sequestro ocorrido há poucos dias, em que um jovem de 22 anos sequestrou a ex-namorada de 15, na casa dela. O jovem chamado Lindemberg estava descontrolado e queria voltar com a ex, Eloá. O caso iniciado na segunda-feira, dia 13 de outubro de 2008, às 13 horas e 30 minutos, durou até as 18h10 da sexta feira, dia 17 de outubro de 2008, quando a polícia invadiu o local.

Eloá havia terminado com Lindemberg à cerca de um mês, aparentemente, o jovem era muito ciumento, e esse foi o motivo da briga. Durante quase 3 anos de namoro, eles chegaram a terminar 10 vezes. Sete anos mais velho do que Eloá, Lindemberg trabalhava em dois empregos, e era considerado um cara popular e trabalhador. Eloá, uma jovem bonita na flor da idade, estava no primeiro ano do ensino médio e era considerada uma das garotas mais bonitas do colégio onde estudava.

No dia 13, Lindemberg tomou o apartamento de Eloá, próximo a própria casa, onde ela estava com dois amigos e sua melhor amiga Nayara, também de 15 anos. As duas se consideram melhores amigas, andavam sempre juntas, e tinha várias fotos juntas no site de relacionamento orkut. Orkut esse, que aparentemente foi o motivo da última briga entre Eloá e Lindemberg, a jovem teria deixado recados para um amigo, o que desagradou o namorado, e por isso brigaram. Relatos de pessoas próximas ao caso, davam conta que Lindemberg era considerado ciumento e possessivo em relação a namorada.

Logo no primeiro dia de sequestro, Lindemberg soltou os dois jovens que estavam com eles, e manteve Eloá e sua amiga, Nayara. No dia seguinte, a polícia cortou a luz do apartamento, e o sequestrador, pediu o religamento, como troca, ele soltou Nayara. Tudo parecia correr bem, indo rumo ao cansaço do sequestrador e o desfecho do trágico incidente. Porém Lindemberg solicitou o retorno de Nayara ao local, por algum motivo, alegando que feito isso, ele soltaria Eloá.

A polícia então foi buscar a jovem ex-refém, convencendo a mãe a autorizar a ação, bem como a própria atitude de Nayara em ajudar a sua melhor amiga. Segundo a polícia, Nayara só conversaria com eles, mas acabou retornando ao cárcere, o que surpreendeu a todos, tanto da polícia, quanto da mãe, quanto a imprensa. A polícia alegava que ela não era refém, e que estava lá por vontade própria. O juizado de menores entrou com investigação para tentar descobrir porque isso ocorreu, já que segundo a lei, nenhum menor pode ser colocado em situação de risco, mesmo com a autorização dos pais.

Lindemberg, parecendo estar mais calmo e saindo do surto, solicita um advogado e um promotor público para tentar se entregar e manter sua integridade física. O que seria óbvio, diante da fama da polícia brasileira se torna necessário. Um documento com o fato é redigido e entregue ao sequestrador através da própria refém.

O que parecia estar caminhando para um desfecho tranquilo, com o jovem motivado por um paixão voltando a si, e entregando a ex namorada e sua melhor amiga sãs e salvas, começa a dar indícios que mudou de idéia, e a dizer que vai fazer algo que vai deixar muita gente fora do cárcere triste. Era o primeiro indício de sua predisposição a cumprir o que alegava no primeiro dia, iria matar a ex-namorada e se matar.

As 18 horas e 10 minutos de sexta a polícia estoura o cativeiro, alegando ter ouvido um tiro de dentro do apartamento, tiro esse que ninguém mais ouviu, nem mesmo a imprensa que estava no local durante todo o tempo. A polícia usando um explosivo plástico, explodiu a porta, mas essa estava bloqueada por móveis que Lindemberg havia posicionado lá. A polícia alega ter usado apenas armas não letais no incidente. Lindemberg vendo a polícia tentando entrar no apartamento usado como cativeiro, num outro impulso, atira contra sua ex, na virilha, próximo a genitália e na cabeça, numa clara tentativa em provocar sua morte, bem como em Nayara no rosto, ela tentando se proteger, acabou com sua mão ferida, mas por sorte o tiro parou na arcada dentária dela.

Passados 15 segundos desde que a porta foi estourada a polícia invade o cativeiro tenta dominar o enfurecido sequestrador e resgatar as reféns. Lindemberg é almejado com balas de borracha, mas não cai, conseguindo ainda, dar dois tiros nos políciais. O tempo levado pela polícia para estourar o cativeiro, segundo especialistas foi crucial para o fim trágico do incidente.

Lindemberg foi imobilizado e preso, Nayara saiu ferida no rosto, mas andando até a ambulância, e por último, o motivo de tudo, a jovem Eloá foi carregada numa maca inconsciente, ambas são levadas para o hospital, enquanto Lindemberg é levado a delegacia mais próxima. Só algumas horas mais tarde seria noticiado o que real estado das duas.

Nayara foi operada para retirada da bala e estava estável, sem risco de morte. A notícia mais triste de tudo isso, é que a jovem Eloá Cristina, de 15 anos, havia levado um tiro na virilha e outro na cabeça, tiro esse que entrou na parte frontal direita da cabeça em diagonal e percorreu todo o cérebro até se alojar na região do cerebelo na nuca. O estrago motivado por esse trajeto é enorme, e a bela jovem, fica em coma.

Os médicos tentam recuperar um pouco do estrago, bem como retirar a bala, a retirada da bala se mostra inviável, e eles se concentram apenas nos estragos. Infelizmente, seis horas após a cirurgia o estado de Eloá piora ainda mais. Seu estado numa escala de gravidade de 1 a 10 é nove, e seu coma, numa escala de 3 a 15, onde quanto mais baixo o valor mais grave. Inicialmente é 4 e no dia seguinte, horas após a cirurgia cai para 3.

O Brasil inteiro se comove  e se preocupa com a garota. Vem a notícia de que seu estado de coma é irreversível, nunca ela sairá deste estado. Novos exames serão realizados para constatar morte cerebral ou não, agora só um milagre poderia salvar a jovem.

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